Aqui estou eu, quatro meses depois, tentando tirar um pouco de tormento de dentro de mim (sou uma pessoa que anda sempre com um aperto no coração). Não sei se posso chamar de "tormento", ainda não tenho uma palavra definida para o que eu ando sentindo ultimamente, tudo parece travado, abafado, como se algo quisesse sair, fugir, ter liberdade, como se quisesse ir ao teu encontro. Mas não, "esse algo", no momento é impossibilitado de fazer isso. Infelizmente.
Não sei se toda essa conturbação de sentimento é coisa da idade, vidas passadas, ou se o meu eu é assim mesmo. Não sei, não sei mesmo. Ontem a noite, deitada em minha cama, pedi desesperadamente por explicações, queria que elas caissem levemente como a chuva, igual em um dia ensolarado, deixando os seus vestígios de algo bem feito. Ou como trovoadas, que chegam sem avisar nos deixando com medo do que pode ocorrer pela frente.
Quem nunca teve um sentimento no qual não conseguisse falar de onde veio ou porque que veio, pois é. E eu tenho uma teoria para isso. Quando sentir algo parecido, que não haja explicação, saiba você, que esse sentimento é verdadeiro, puro, para a vida toda (ou se não, para uma boa parte dela), que vai faze-lo feliz, mesmo você se perguntando o porque de tudo isso.
Sabe, vale a pena.
